PL 3469 propõe ações emergenciais contra incêndios e desastres climáticos

PL 3469 propõe ações emergenciais contra incêndios e desastres climáticos

PL 3469/24: Medidas Emergenciais para Combate a Incêndios Florestais e Eventos Climáticos Extremos

Em meio a um cenário de intensos incêndios florestais e eventos climáticos extremos que têm devastado diversas regiões do Brasil, surge o Projeto de Lei 3469/24. Proposto pelo deputado José Guimarães (PT-CE), o PL visa implementar medidas emergenciais para mitigar os impactos dessas calamidades, proteger áreas ambientais degradadas e agilizar repasses financeiros para estados e municípios afetados. Neste artigo, analisaremos as principais disposições do PL 3469/24, suas implicações ambientais e financeiras, bem como o debate que envolveu sua aprovação na Câmara dos Deputados.

Principais Medidas do PL 3469/24

O PL 3469/24 congrega diversas medidas provisórias que buscam fortalecer a capacidade do governo federal, estadual e municipal no combate a incêndios florestais e na resposta a eventos climáticos extremos. Entre as principais medidas, destacam-se:

  • Contratação de Tripulações Estrangeiras: Inspirado na MP 1240/24, o PL facilita a contratação de tripulações estrangeiras especializadas em combate a incêndios, permitindo uma resposta mais eficiente e rápida a emergências.
  • Aceleração de Repasses Financeiros: Modificando a Lei 7.797/89, o projeto dispensa a necessidade de convênios formais para repasses diretos de recursos financeiros a estados e municípios, desde que haja aprovação de um plano operativo de prevenção e combate a incêndios.
  • Proteção de Vegetações Degradadas: O PL mantém o grau de proteção original de vegetações nativas que sofreram degradação por incêndios ou outras formas não autorizadas de degradação florestal, evitando a regularização administrativa ou judicial dessas áreas.
  • Fundo Nacional do Meio Ambiente: Autoriza a União a participar de um fundo destinado à recuperação de áreas afetadas por eventos climáticos extremos, facilitando investimentos diretos em projetos de proteção ambiental.

Implicações Ambientais e Financeiras

A alteração da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo (Lei 14.944/24) para manter a proteção de vegetações degradadas é uma das medidas mais discutidas do PL 3469/24. Conforme a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, essa alteração é crucial para garantir a conservação da biodiversidade, o estoque de carbono e a manutenção dos regimes hídricos nas áreas afetadas.

Além disso, a flexibilização dos repasses financeiros sem a exigência de convênios pode permitir uma resposta mais ágil das administrações locais, que muitas vezes enfrentam dificuldades burocráticas para acessar fundos destinados ao combate a desastres. No entanto, críticos do projeto, como o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), argumentam que a dispensa de licitação e a centralização de recursos no governo federal podem comprometer a transparência e a eficiência dos investimentos.

Apoio e Críticas no Plenário

Durante a discussão em plenário, o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) elogiou o PL por trazer ações concretas para socorrer estados e municípios em meio a crises climáticas. Bohn Gass (PT-RS) ressaltou que as medidas propostas agilizam o combate aos incêndios, reduzindo os impactos negativos sobre o meio ambiente e as comunidades afetadas.

Por outro lado, deputados como Carlos Jordy e Ricardo Salles (Novo-SP) expressaram preocupações quanto à possibilidade de desvio de recursos e à centralização do poder, respectivamente. Enquanto isso, a deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) enfatizou a importância da contratação de aeronaves e tripulações estrangeiras para combater fogos subterrâneos, uma causa frequente de queima descontrolada.

Aspectos Legais e de Proteção Ambiental

O PL 3469/24 também modifica a Lei 14.944/24 para assegurar que áreas de vegetação nativa primária ou secundária que sofreram degradação não possam ser regularizadas de maneira que comprometam sua função ambiental. Essa medida é fundamental para evitar a exploração indiscriminada dessas áreas, preservando sua biodiversidade e capacidade de armazenar carbono.

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, ressaltou que a manutenção do grau de proteção anterior é essencial para a conservação dos ecossistemas e para a mitigação das mudanças climáticas. A oposição, entretanto, busca votar esse trecho separadamente, tentando derrubar a regra proposta no PL.

Agilidade nos Repasses Financeiros

Outro ponto central do PL 3469/24 é a agilização dos repasses financeiros do Fundo Nacional do Meio Ambiente para estados e municípios. Atualmente, esses repasses dependem de convênios ou acordos formais, o que muitas vezes retrasa a alocação de recursos em situações de emergência.

Com a alteração proposta, os recursos poderão ser transferidos diretamente, desde que haja um plano operativo aprovado para prevenção e combate a incêndios. Isso inclui financiamento para projetos de proteção e manejo ético de animais, contribuindo para a redução da população de animais abandonados e minimizando impactos ambientais negativos.

Impacto na Gestão Municipal

A flexibilização dos repasses representa uma vantagem significativa para as administrações locais, que poderão destinar recursos de forma mais rápida e eficiente. Deputados como Sâmia Bomfim (PSOL-SP) defendem que esse fundo é crucial para investimentos diretos e imediatos em estados e municípios, onde as respostas céleres são frequentemente necessárias.

Debate e Tramitação do Projeto

A tramitação do PL 3469/24 na Câmara dos Deputados culminou na conclusão da discussão e na votação do projeto, que foi, no entanto, adiada para uma etapa futura. A proposta ainda enfrenta desafios para sua aprovação final, especialmente devido às divergências entre os deputados quanto às alterações ambientais e às questões financeiras.

Para acompanhar a tramitação e expressar sua opinião sobre o PL 3469/24, os cidadãos podem acessar a página oficial da Câmara dos Deputados.

Conclusão

O PL 3469/24 representa um esforço legislativo significativo para enfrentar os desafios impostos pelos incêndios florestais e eventos climáticos extremos no Brasil. Com medidas que visam agilizar a resposta a emergências ambientais e proteger áreas degradas, o projeto busca fortalecer a resiliência das comunidades e a conservação dos ecossistemas. No entanto, a aprovação final depende de um consenso que equilibre eficiência financeira e rigor ambiental.

Saiba mais sobre a Govsys, a empresa que leva sua Câmara de Vereadores para o Futuro, trazendo junto ao processo legislativo inteligência artificial, assinatura eletrônica e aplicativo para celular. Acesse agora.